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Home Cultura

A Queda de Braço entre o Fascismo em SP e os herdeiros da Sociedade Alternativa de Raul Seixas

19 de setembro de 2025
in Cultura
A Queda de Braço entre o Fascismo em SP e os herdeiros da Sociedade Alternativa de Raul Seixas
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O prefeito de SP, Ricardo Nunes (MDB) proibiu pela segunda vez consecutiva que a passeata em homenagem ao cantor Raul Seixas, morto em 1989, que acontece anualmente em 21 de agosto, fosse encerrada com shows gratuitos na Praça da Sé (centro da cidade). A organização do evento movimenta fãs, bandas de artistas amadores que prestam tributos ao cantor e, evidentemente, pessoas anônimas que ganham parte de seu sustento em torno do nome dele vendendo camisas, bottons, brincos e até mesmo realizando projetos culturais.

Neste ano de 2025 completaram-se 36 anos da morte do cantor, porém no dia 28 de junho ele teria feito 80 anos se vivo estivesse. A data “redonda” atraiu mais fãs ao longo do ano em sua homenagem. Por exemplo, no Rio de Janeiro, neste dia, houve a Caminhada, shows gratuitos nos Arcos da Lapa e o Baú do Raul no Circo Voador.

A Caminhada Raulseixista do Rio de Janeiro aconteceu pela primeira vez em 2019, em 17 de agosto, foi interrompida pela pandemia de covid 19 e retornou em 2022. Neste ano ocorreu também uma passeata na Zona Sul da cidade, em Ipanema, em 3 de setembro. Mas a partir de 2023 o percurso que Raul Seixas e seu parceiro, Paulo Coelho, fizeram para divulgar o LP Ouro de Tolo, 50 anos antes, passou a ser o principal evento raulseixista carioca e a cada ano reúne mais pessoas. Desde então, a cidade fixou a data do nascimento de Raul, 28 de junho, para a sua Caminhada.

O Filósofo do Rock Brasileiro

Raul Seixas é considerado o “pai” do rock nacional, um artista que teve uma carreira marcada por contradições e inserção na Indústria Cultural com altos e baixos. Embora baiano e tendo morado no Rio de Janeiro, Raul adotou a capital paulista. Morreu lá, em um apartamento na Rua Frei Caneca, na Consolação, aos 44 anos de idade, vítima de uma pancreatite.

O velório do artista, no entanto, aconteceu em sua terra natal, a cidade de Salvador. Foi lá que cerca de cem fãs entraram na capela onde o corpo estava sendo velado e roubaram o caixão por alguns momentos enquanto entoavam suas músicas como hinos.

Informalmente, a data de morte do cantor acabou se tornando um dia de celebração – o Dia da Saudade. Este é o título de uma canção do artista de 1976: Hoje é feriado / É o dia da saudade / Hoje eu vou beber para celebrar. Como foi um fenômeno que aconteceu espontaneamente, não há registros oficiais das primeiras passeatas.

Em 1996 e 1997, entrevistei em SP e Juiz de Fora alguns raulseixistas (fãs se definem dessa maneira). Meu objetivo era compreender para minha dissertação de mestrado o culto em torno do artista que havia já tomado forma há alguns anos. Por ocasião dessas entrevistas, os informantes comentaram que todo ano faziam a passeata na capital paulista. Em 2001 ocorreu uma muito grande. O ponto de encontro já era o Teatro Municipal, como atualmente. De lá para cá, cada vez mais pessoas comparecem.  Gente de vários pontos do país. Há pessoas que fazem o “bate e volta’, sem pernoitar em São Paulo e há quem tire férias para poder viajar.

Por outro lado, a imensa massa de fãs que não tem condições de ir a São Paulo demanda atividades pelo Brasil afora. Há registros de passeatas em São Tomé das Letras, Natal, Piracicaba, Mauá (SP), Vitória, dentre outros lugares e em datas variadas.

O que explicaria esses verdadeiros cortejos, livros escritos sobre a vida e a obra do artista, além de dissertações e teses defendidas por cientistas sociais e historiadores? Raul Seixas não é percebido apenas como um compositor e intérprete, mas como um disseminador de uma ideologia libertária. Ele se dizia anarquista, embora não tenha exercido nenhuma militância organizada. Sabe-se que leu o filósofo anarquista Proudhon e com base em suas ideias compôs Carimbador Maluco, uma música que fez parte do musical infantil Pluct Plact Zum, de 1983, na TV Globo. A letra diz: Tem que ser selado, registrado / Carimbado, avaliado, rotulado / Se quiser voar. Já o texto de Proudhon em que Raul Seixas se inspirou trata sobre “ser governado”: ser governado é ser vigiado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, numerado, regulado, alistado, doutrinado, pregado (…).

A letras de Raul Seixas refletiram suas buscas espirituais.   Foi ligado à OTO (Ordo Templi Orientis), ordem ocultista inspirada nas ideias do mago britânico Alesteir Crowley (que influenciou também Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin). A lei da Vontade (thelema em grego) aparece em muitas das canções de Raul Seixas, estando mais explícita em Sociedade Alternativa (Faz o que tu queres pois é tudo da Lei), A Lei (Todo homem tem direito de viver como quiser) e Novo Aeon (Querer o meu não é roubar o seu).

Tomando o conceito de Ideologia em Lenin, como “consciência de classe”, ou seja, conjunto de ideias e crenças de um grupo social, portanto, de uma classe social, temos a noção de que a ideologia serve para disputar espaço dentro da sociedade. Para nós marxistas, a ideologia que contém o germe do novo e que pode melhor atender ao conjunto da sociedade é a da classe trabalhadora e ela está em oposição à ideologia hegemônica, a da classe dominante (a burguesia). Para o filósofo marxista Antonio Gramsci, a ideologia do proletariado é responsável pela construção do consenso (hegemonia) que levará a um bloco histórico em que prevaleçam as necessidades do proletariado.

Conforme as concepções de ideologia acima explicitadas, Raul Seixas era um divulgador de ideologia e por aí é possível compreender que pessoas se definam como raulseixistas. Essa ideologia, porém, é de esquerda? Por que Ricardo Nunes, franco apoiador de Bolsonaro, prefere impedir o palco gratuito mesmo sendo alvo de críticas por conta disso?

Raulseixismo, Fascismo, Egoísmo e outros Ismos

21 de agosto passou a ser Dia Para Sempre Raulzito, com manifestações culturais garantidas por lei na cidade de São Paulo por inciativa do então vereador do PSOL Carlos Giannazi com a lei municipal 14373 / 2007. Esta vem sendo desrespeitada pela extrema-direita que governa não apenas a capital, mas também o estado na pessoa de Tarcísio de Freitas, do Republicanos. O alinhamento com o bolsonarismo (nós da Emancipação Socialista entendemos que ele não irá acabar com a condenação de Bolsonaro) leva à perseguição com viés moralista de atividades culturais que possam ser identificadas como contestadoras.

O Teatro de Contêiner de Mungunzá, que ocupa um terreno da prefeitura da capital paulista, foi vítima de uma ação truculenta da Guarda Civil Metropolitana no dia 19 de agosto. Para tentar retirar os artistas à força os agentes usaram spray de pimenta contra eles. E no dia 21, dia da Passeata Raulseixista, a prefeitura fixou um prazo de 60 dias para desocupação. Famosos como Marieta Severo, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro têm feito intervenções nas redes sociais comparando a ordem de Ricardo Nunes com as ações do período da Ditadura Militar.

A mesma CGM tentou reprimir os vendedores ambulantes na concentração da passeata em frente ao Teatro Municipal. Mas a massa de cantando expulsou a guarda. A identificação de fãs e artistas que homenageiam Raul Seixas como pessoas de esquerda e como desafios à moral conservadora deve ser a motivação para o cancelamento do palco para os shows gratuitos. No entanto, há uma disputa de narrativa com relação às mensagens da obra de Raul Seixas sobre a qual discorrerei no final.

No ano de 2024 a passeata ocorreu sem palco, com muitos comentários negativos sobre a decisão do prefeito Ricardo Nunes. Em 2025, porém, houve uma campanha nas redes sociais para que o palco não fosse suspenso. Políticos como o próprio Carlos Giannazi intervieram no intuito de demover o prefeito da decisão. A passeata transcorreu e, na chegada, à Sé grupinhos cantavam as suas músicas. Como no ano passado, bares contrataram artistas para seus tributos.  Mas esse ano, ao passar pela prefeitura, a pessoas proferiram xingamentos contra Nunes e muitos o chamaram de fascista. Ele pode até ter ganho a queda de braço do palco, já que tem a máquina governamental, mas perdeu em popularidade.

O assunto tem atraído a atenção dos raulsexistas. Mesmo os que não e declaram como de esquerda não poderiam defender a atitude arbitrária de Nunes. É o impasse do raulseixismo. Muitos tomam as palavras da música Sociedade Alternativa, em que versos falam que aquela é a lei do forte como um ensinamento de teor fascista. Realmente, vejamos um dos versos da música:  os escravos servirão.  De que liberdade trataria essa lei do forte?

É possível compreender como fascistas versos como Direito de viver pela sua própria lei e o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem esses direitos da música A Lei que apresenta a Sociedade Alternativa? A letra de Sociedade Alternativa também abriria espaço para uma apreensão assim por versos como todo homem, toda mulher é uma estrela? Até mesmo a música Eu sou egoísta teria como ser interpretada como um hino à extrema-direita? Vejamos alguns versos: Se você acha o que eu digo fascista/ mista simplista ou antissocialista/ Eu admito, você tá na pista/ Eu sou ego, eu sou ista / Eu sou egoísta.

Infelizmente na disputa por quem entende melhor a mensagem do artista-guru há uma parcela que embarcou no bonde da oposição a programas sociais e pautas como antirracismo e feminismo.  Como típicos bolsonaristas, alardeiam que o PT é comunista e que o Comunismo tolhe a liberdade dos indivíduos. É um hiper individualismo que até encontra respaldo nas canções de Raul, mas não neste sentido. O indivíduo em Raul Seixas, embora não seja propriamente anarquista, não pode ser identificado como burguês.

Várias músicas ironizam valores burgueses como ter um carro e um emprego (Ouro de Tolo), ter convicções formadas e objetivos validados pela sociedade (Metamorfose Ambulante, Meu Amigo Pedro e Tente Outra Vez), a normalidade burguesa (Maluco Beleza). São as mensagens dessas músicas que ajudam a interpretar a “lei do forte” como a lei de todos e o direito de matar como defesa e não como ataque contra os mais fracos. Essa foi a narrativa que se sobrepôs na passeata de 2025, quando a massa gritou que Ricardo Nunes é fascista por desmerecer a cultura de SP.

Mesmo não podendo se dizer que todos os raulseixistas são progressistas o raulseixismo é. Os fascistas paulistas sabem disso e  querem acabar com a Passeata Raulseixista. Eles não passarão!

 

 

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