O Congresso Nacional é inimigo dos trabalhadores. Eis uma evidência. É um antro de representantes da elite, dos capitalistas e de tudo que há de mais nojento no país. Quem manda no Congresso é o lobby das grandes empresas, que têm lá seus representantes e mandam na pauta política do país. São expressões da força que mantém o país no atraso, no clientelismo, no coronelismo e na política de dilapidar o orçamento público para manter seus privilégios e para entregar a maior parte dos recursos para a burguesia brasileira e internacional.
Quem ocupa aquelas cadeiras é, em sua maioria, parte direta do 1% mais rico do país. Não só representam os bilionários — eles são parte dos super ricos. Defendem os lucros dos patrões, dos banqueiros, dos ruralistas e dos grandes empresários com fervor. Estão lá para isso.
O IOF ainda não é taxar os super ricos
No recente embate entre governo Lula e Congresso em relação ao IOF, a maioria dos deputados — sendo 70% dos votos de partidos que compõem a base do governo — votou contra o aumento do imposto. Derrubou uma medida que o governo Lula apostava e taxava algumas operações financeiras, progressiva, mas atingia uma parte muito pequena de ricos. Entretanto, a mesma é apenas um discurso demagógico, dando a entender que o governo estivesse defendendo a taxação dos super ricos. Mas não nos enganemos: aumentar o IOF não é taxar bilionário nenhum. É somente repassar mais um custo para a população, pois os bancos e as grandes empresas repassam o custo do IOF para os trabalhadores. Enquanto isso, os grandes bancos e fortunas seguem intocados.
Portanto, o governo Lula não é nada parecido com um aliado. Pelo contrário, o governo é parte decisiva dessa engrenagem. Alimenta o monstro Congresso com ministérios e cargos; criou e mantém o Arcabouço Fiscal intacto, com cortes na saúde e da educação e despeja R$ 600 bilhões no colo do agronegócio. Lula faz barulho com o IOF para parecer que está enfrentando os super-ricos, mas não mexe um centavo nos lucros e dividendos dos bilionários. Não se opõe às reformas previdenciária e administrativa em curso no congresso. Seu governo administra o capitalismo de sempre, o mesmo que ataca o povo todos os dias. O que está em jogo é a cota de participação de cada um, do governo e da burguesia.
Esse é o jogo do capital financeiro: desviar o foco do que realmente importa. Enquanto o povo discute alguns reais no salário mínimo, os bilionários seguem dormindo tranquilos, sabendo que o grosso do orçamento está garantido. Esse sistema de dívida eterna, gerenciado por bancos e organismos internacionais, é a forma com que as potências imperialistas impõem seu domínio sobre países como o Brasil, mantendo a desigualdade e a exploração de forma estrutural.
O governo Lula não enfrenta esse sistema: se adapta, negocia, sangra sua base social em nome da governabilidade.
Essa é a face da conciliação de classes. Lula tenta aparecer como o bom samaritano que “quer taxar os super ricos”, mas seu governo continua beneficiando os verdadeiros donos do poder — banqueiros, latifundiários e industriais. Não há ruptura. Há continuidade e manutenção. A mesma política de austeridade dos governos Temer e Bolsonaro, agora aparece com a “cara progressista” de Lula.
Por isso, é urgente construir uma oposição de esquerda ao governo nas ruas, nos locais de trabalho, moradia e estudo. É preciso que o trabalhador enxergue uma alternativa ao governo que não seja a extrema-direita ou outras opções capitalistas. Para isso exigimos das direções sindicais que construam uma grande mobilização nacional pela taxação de verdade dos ricos. Somente eles são muito beneficiados, com a situação de miséria e pobreza da imensa maioria do povo.
Para construção dessa grande mobilização nacional para taxação de verdade dos milionários, estas mesmas direções sindicais precisam mobilizar suas bases para outras reivindicações, indo além da isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais. Como, por exemplo, a taxação das grandes fortunas e das remessas de lucro; correção da tabela de imposto de renda, com isenção para quem ganha até 10 salários-mínimos; taxação de rendimentos da bolsa de valores para os grandes investidores/especuladores; não pagamento da dívida pública e fim do arcabouço fiscal.
Pela taxação das grandes fortunas! Os ricos devem pagar pela crise!!!!
Oposição de Esquerda ao governo Lula, ao Congresso Nacional e à extrema-direita. Chega de governos e de parlamento voltado para os ricos!
