A cena de pessoas trabalhando sob chicote, com restrição à alimentação e quando tinham era estragada, salário insuficiente até para o mais básico, dormindo em condições precárias logo remete ao passado escravagista do Brasil e de vários países. É isso que as pessoas com um pé na realidade vão dizer, mas na lei brasileira aparece com o pomposo nome de “condição análoga á escravidão”. É uma forma de livrar empresários da cadeia.
Nos últimos dias foram flagradas várias empresas utilizando força de trabalho escrava, entre elas, a Aurora, a Salton e a Garibaldi, grandes empresas do ramo de vinho e suco de uva em Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. Só nessas fazendas foram 200 trabalhadores.
Logo jogaram a responsabilidade para a empresa terceirizada e, como a cara de pau não tem limites, soltaram notas repudiando o que aconteceu em suas…propriedades. A associação dos empresários não repudiou e ainda atribuiu essa situação à “falta de mão-de-obra” na região.
E não para por ai. A Polícia Militar acobertava e alguns policiais participavam das sessões de tortura contra os trabalhadores. O governador Eduardo Leite ficou no “vamos apurar”.
O vereador Sandro Fantinel de Caxias do Sul foi além e apoiou abertamente as empresas. Disse ele “Temos que botar eles em um hotel cinco estrelas para não termos problema com o Ministério do Trabalho?
Nós respondemos que sim, é o mínimo de conforto que trabalhadores merecem. E também dizemos que esses empresários, os policiais e esse vereador já deveriam estarem presos por esse crime contra a humanidade.
Outras medidas são: o confisco das terras, colocando-as sob controle dos trabalhadores, e a desapropriação das fábricas e bloqueios das contas bancárias para garantir a indenização aos trabalhadores.