No dia 21 de setembro, o país foi tomado por massivos protestos contra a PEC da bandidagem e a anistia aos golpistas. Ruas e avenidas das capitais e de outras 33 cidades país afora receberam dezenas de milhares de pessoas, bem superiores aos atos promovidos pela extrema-direita.
Na capital paulista, o “pessoal da USP” contabilizou 42,4 mil pessoas em média e no Rio de Janeiro foram quase 42 mil manifestantes. Pelo país passam de uma centena de milhares. A repercussão nas redes sociais também superou as manifestações em defesa de Bolsonaro e da anistia, segundo diferentes institutos de monitoramento.
A presença nas ruas é fundamental para derrotar a extrema-direita, apesar das direções, como a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular, tentarem canalizar a onda de indignação para as eleições de 2026, uma política prejudicial para a classe trabalhadora porque é nas ruas onde a política se define. Com mobilização se fortalece a classe trabalhadora, no parlamento quem se fortalece é a burguesia.
A esquerda anticapitalista precisa aproveitar as mobilizações para apresentar um programa de ruptura com essa política econômica do governo Lula, que, mesmo com pequenas taxações sobre “o andar de cima”, beneficia principalmente o empresariado e os mais ricos. Os exemplos são muitos: a continuidade do pagamento da dívida pública, financiamento do agronegócio, etc.
Para quem alegar as sabotagens do Congresso, lembramos que a PEC da bandidagem e o projeto de anistia não resistiram às grandes mobilizações. Esse é o caminho.
Também é importante mobilização pelo fim do arcabouço fiscal, o fim da escala 6×1, contra a Reforma Administrativa e o fim das privatizações.
Desse modo, a luta contra a extrema direita e contra a política econômica é parte da mesma luta. Para isto, é importante apostar na mobilização e continuarmos nas ruas!
Protestos incendiários no Nepal
A origem da revolta no Nepal foi a decisão do governo em bloquear 26 plataformas de redes sociais, alegando combater o “uso indevido” da internet, mas na prática era para calar a indignação nas redes.
90% da população é usuária de redes sociais e tem uma rica vida online, quase tudo passando pelas redes sociais. Essa censura digital foi a gota d’água para uma geração que vive e se organiza pela internet. No entanto, o descontentamento já vinha de muito antese tem causas sociais.
Multidões enfurecidas, frustradas por décadas de promessas não cumpridas e corrupção descarada, incendiaram as sedes dos principais partidos políticos e até o histórico prédio do Congresso. As chamas iluminaram a noite, consumindo não apenas móveis e documentos, mas também a já fragilizada legitimidade de uma classe política, privilegiada e alheia ao sofrimento do povo.
Trabalhadores da Europa apoiam a Palestina nas ruas
Na Itália, a greve geral convocada no dia 22 de setembro, por vários sindicatos de base foi uma mobilização histórica, não só pela sua participação massiva, mas pela pauta contra o genocídio na Palestina. A presença dos portuários e de setores da classe operária foi um elemento de qualidade.
Após a interceptação e prisão dos membros da Flotilha para Gaza, as mobilizações cresceram e ganharam força em vários países. Na Áustria, em Viena, jovens montaram um acampamento de protesto. Na Suécia bloquearam a entrada do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Na Bélgica, Na Espanha aconteceram manifestações em várias cidades e em Madrid e Barcelona foram dezenas de milhares de pessoas nas ruas. Enfim, praticamente em toda Europa ocorreram protestos, obrigando os governos pressionarem Israel para assinar o acordo de cessar-fogo.
Essa onda de apoio aos palestinos e à Flotilha também se espalhou outros países como Tunísia (onde a Flotilha tinha feito escala antes de seguir para Gaza), Mauritânia e Malásia. Nesses dois últimos os protestos foram em frente da embaixada dos EUA.
Enfim, todos esses exemplos mostram que mobilização é o melhor recado que a classe trabalhadora pode dar!




