Saiu o bolsonarista Roberto Campos Neto. Em seu lugar, entrou Gabriel Galípolo no comando do Banco Central. Não há mais bode expiatório. A taxa de juros Selic continua a subir com o presidente do Banco Central, indicado por Lula. O resultado: alta no custo de vida, desaceleração da economia, concentração de renda.
Quem é Gabriel Galípolo? Apesar de jovem, sua ficha corrida de ataques é razoável. Fez parte do governo de José Serra, em São Paulo, onde, dentre outras coisas, coordenou o setor de concessões e privatizações do governo paulista.
Seus serviços à burguesia lhe proporcionaram o convite para integrar o Banco Fator. E o que fez lá? Ajudou a privatizar, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Cedae, a companhia de saneamento do Rio de Janeiro.
Em todas as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), desde a sua nomeação e antes de assumir o comando, votou junto de Campos Neto, mostrando que a retórica de Lula contra os juros altos e os ataques a Campos Neto não passavam disso mesmo, apenas retórica.
Em suma, um nome do mercado financeiro, tal qual Campos Neto, Henrique Meirelles ou Ilan Goldfajn, e com um histórico privatista, que seguirá garantindo que o Banco Central esteja a serviço dos grandes bancos para aumentar seus lucros em detrimento dos serviços públicos.